Síndrome de Tourette é uma doença que afeta crianças e provoca comportamento estranho.
O paciente tem vários tiques, xinga e fala palavrões em público, tudo isso de forma involuntária.
Não existe exame capaz de detectar essa doença, mas é identificada por neurologistas.
Saiba quais são os problemas que a Síndrome de Tourette causa, como descobri-los e, enfim, minimizar ao máximo o mal comportamento.
Síndrome de Tourette é uma doença neurológica caracterizada por tiques vocais ou motores que se repetem, surgem ainda na infância, por volta dos 8 anos de idade, causando problemas no convívio social. O paciente até fala palavrões e faz gestos estranhos ou obscenos. Em certos casos, tal comportamento pode diminuir ou sumir a partir da adolescência; em outros, permanece durante a vida e precisa ser controlado.
O transtorno não tem causa conhecida, mesmo assim, os pesquisadores acreditam que possam existir fatores hereditários relacionados ao problema. Isso porque a enfermidade também é associada a quadros de transtorno obsessivo-compulsivo, de déficit de atenção e de aprendizagem. A síndrome não está ligada a problemas emocionais, apesar disso, o estresse piora o quadro clínico.
Os tiques motores são, na maioria dos casos, os sintomas que surgem primeiro. Piscar os olhos, franzir a testa, fazer careta, balançar a cabeça ou encolher os ombros estão entre os movimentos mais comuns. Há outros cacoetes que aparecem no decorrer do tempo. Gestos obscenos e socos no peito são ainda mais desagradáveis. É preciso observar a frequência com que se repetem.
No aspecto sonoro, o paciente costuma tossir, limpar a garganta ou gritar. O hábito mais constrangedor consiste em xingar as pessoas e falar palavrões em público. Todos os sintomas são involuntários e quem sofre desse mal até consegue controlá-los por um tempo, mas nem tanto, apesar do elevado nível de sofrimento causado a si mesmo, aos familiares e amigos.
O tipo de tique muda ao longo da semana ou do mês e um dado importante para o diagnóstico é que o problema surge antes dos 18 anos e deve persistir pelo período entre seis meses e um ano. As crises variam tanto de acordo com a frequência, quanto em relação à intensidade.
Veja como essa enfermidade é confirmada.
O diagnóstico dessa doença é clínico, ou seja, feito por um neuropediatra ou psiquiatra especializado e não há exames específicos a serem realizados para detectá-la.
Certos médicos podem pedir ressonância magnética ou tomografia computadorizada, mas só no intuito de ver se há algum problema neurológico capaz de desencadear sintomas parecidos. Isso faz com que a análise do quadro seja a mais precisa possível.
De forma geral, a avaliação é feita com base no comportamento da pessoa, na frequência com que os tiques ocorrem e também na intensidade deles. Especialistas trabalham com a hipótese de que a causa da doença seja genética, pois é normal a Síndrome de Tourette surgir em pessoas da mesma família.
O tratamento geralmente é realizado por meio de sessões de psicoterapia, tendo em vista fazer com que o paciente consiga controlar os próprios impulsos. Quanto antes o acompanhamento for iniciado, maiores são as chances de sucesso ao lidar com a doença.
Nos casos em que há grave prejuízo não apenas da rotina e autoestima, mas também do convívio social e da segurança do indivíduo, os médicos podem receitar medicamentos indicados para inibir os tiques mais evidentes. Cada quadro deve ser avaliado individualmente.
Os pais precisam orientar a criança e todos aceitarem que o comportamento equivocado tem origem numa doença. Não se trata de revolta, falta de educação ou de respeito. Repreender o paciente é o caminho menos adequado para minimizar a situação.
Com o acompanhamento permanente e a medicação, quando necessária, é possível administrar a rotina e as relações familiares e pessoais. Também não é necessário abandonar os estudos, apenas explicar a situação aos responsáveis pela escola.
A Síndrome de Tourette é uma doença que traz problemas sociais, mas pode ser controlada para que a pessoa tenha uma vida mais normal possível.