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Hepatite infantil se torna surto e alarma cientistas

Imagem em 3D e colorida do corpo humano, mostrando o esqueleto e os órgãos. Aparece destacado em vermelho o fígado da pessoa. Ao lado dessa imagem, aparece a ampliação do que seria a ilustração de uma imagem de microscópio, destacando a presença do vírus da hepatice infantil.

Você já deve ter ouvido falar dos casos graves de hepatite aguda em crianças e também quer saber de que se trata ou se precisa se preocupar com essa doença.

Vamos lá. Sou a Dra. Alexandra Manfredini, biomédica, diretora do CEDLAB Laboratórios e quero falar sobre esse assunto para lhe  ajudar acabar com as principais dúvidas.

Em primeiro lugar, é importante explicar que qualquer vírus que cause hepatite aguda, pode comprometer totalmente o fígado e levar à morte se o paciente não seguir o tratamento indicado pelo médico.

O tipo de vírus que ataca o fígado de forma direta é conhecido como hepatotrófico e está ligado às hepatites A, B, C, D, E, G, TT e SEM 1. Podem ter como causa as intoxicações do tipo alimentar, tóxica, medicamentosa, alcoólica ou bacteriana.

Porém, ainda existem outros tipos de vírus que afetam o órgão, mas de forma indireta. Para simplificar o tema, vamos falar aqui apenas do adenovírus, pois ele pode estar ligado aos casos recém registrados. Mesmo assim, até agora, os cientistas ainda não descobriram nada de concreto sobre a causa desse surto.

O adenovírus é um vírus de DNA transmitido por meio do contato pessoal ou pelo ar. Entre vários outros problemas, causa gastroenterite (com diarreia) e doenças respiratórias, por exemplo.

Ele também causa hepatite, mas até agora não há registros de que sua variação F41, já bastante conhecida na comunidade científica, tenha levado a casos graves de hepatite aguda em crianças.

Até agora, a Organização Mundial da Saúde já confirmou mais de 350 casos de hepatites em crianças, em mais de 20 países. Eles começaram na Escócia e se espalharam não só pela Europa, mas também chegaram ao Japão e aos Estados Unidos.

Quadro clínico geral

Algumas crianças ficaram boas após o tratamento, mas outras precisaram de transplante e uma morreu. O problema está ocorrendo em crianças de até 16 anos. Os principais sintomas relatados são: dor abdominal, diarreia, vômito e icterícia, que o ocorre quando a parte branca dos olhos fica amarelada.

Os médicos até pensaram que fosse algum problema causado pela vacina contra a Covid-19, mas nem todas as crianças deixaram de ser imunizadas. Sendo assim, os cientistas estão trabalhando com 3 hipóteses:

 

  • A doença ter urgido como consequência do próprio coronavírus
  • Uma nova variante do adenovírus F41
  • O surgimento de um vírus ainda desconhecido da comunidade científica.

 

Aqui no Brasil, alguns casos estão sendo analisados no Rio de Janeiro e no Paraná. O monitoramento também é feito nos estados de São Paulo, Santa Catarina e Pernambuco.

O Ministério da Saúde orienta que as pessoas fiquem alertas aos sintomas das crianças e determina que os agentes responsáveis pela saúde pública continuem investigando a população, por meio de exames nasal, de sangue e de fezes em pacientes com suspeita de hepatite aguda em estado grave.

Por enquanto, ainda não há motivo para alarde, mesmo assim, é importante ficar de olho se esse problema se alastra, ver qual é a evolução do quadro de saúde dos pacientes e se os cientistas descobrem a causa dessa doença.

Cuidem-se e, caso necessário, procurem atendimento médico.

Agende agora o seu exame ou tire as suas dúvidas.