O sonho de ter filhos será ainda mais bem-sucedido se a mulher tiver uma gravidez saudável.
Esse é um período que exige acompanhamento médico e, muitas vezes, várias mudanças de hábito.
Elas trarão benefícios tanto para a mãe, quanto para o bebê.
Saiba quais são os principais desafios desse período mágico e o que pode ser feito com o objetivo de superá-los para que o parto seja o ápice de tal conquista.
A gravidez saudável é garantida por meio de vários cuidados que a futura mamãe deve ter. Isso inclui alimentação balanceada e orientada por especialista, a prática de exercícios físicos e também o equilíbrio emocional. Ainda é indispensável fazer o acompanhamento médico chamado pré-natal. Outra orientação importante consiste em tomar só os medicamentos indicados pelo médico que cuida da gestação.
A partir do instante em que a mulher confirma que está grávida, ela precisa ter a iniciativa de tomar algumas providências para gerar um bebê saudável. É tudo muito simples. Basta ter disciplina e consciência de que todas as atitudes são para o bem da criança. Quanto mais a gestante cuidar de si, melhor será para o feto que se desenvolve. O primeiro mês desse momento tão especial já é extremamente importante.
A mulher vai ser instruída, logo na consulta inicial, a tomar ácido fólico. Caso a gravidez seja planejada, ela começa a tomá-lo assim que decide engravidar. O ácido fólico é a vitamina B9 presente em alimentos como o feijão, a lentilha e o espinafre. O obstetra vai receitar a dosagem diária para cada paciente.
Tal vitamina é a mais importante que o bebê precisa receber nesse período. Ela diminui o risco de más formações do cérebro e da coluna vertebral, causadas pela deficiência do fechamento do tubo neural. Isso porque nos primeiros 30 dias de gestação, ele se transforma e, assim, dá origem ao cérebro e à medula espinhal.
Essa primeira visita ao médico pode ser vista como o início do pré-natal. Trata-se do acompanhamento médico feito até o nascimento do bebê e é indispensável à gravidez saudável. Como o corpo da mulher passa por várias mudanças nessa fase, ele fica mais vulnerável às infeções e aos problemas de saúde normais no período. Há mudança nos aparelhos digestivo e urinário, no sistema respiratório e no que está ligado às questões hematológicas e imunológicas.
O pré-natal está longe de ser apenas a realização do ultrassom. Ele é primordial para identificar o risco de parto prematuro e controlar as alterações na saúde como: hipertensão específica da gravidez e diabetes gestacional.
O ditado popular jura que mulher grávida come por dois. Isso é mito, porque as necessidades nutricionais do feto são bem diferentes das compatíveis com as do corpo adulto. Importante para o bebê é a qualidade da alimentação (não a quantidade) ingerida pela mamãe. Ela dever ficar de olho no prato e na balança.
Qualquer tipo de carne e peixe malpassados ou crus devem ser evitados. A doença mais comum, nesse caso, é a toxoplasmose. Ela é causada pelo ovo do Toxoplasma Gondii, parasita que, se ingerido, provoca uma grave infecção capaz de resultar na má formação do feto.
Como esse ovo morre em altas temperaturas, a única forma de se prevenir é parar de comer carnes cruas ou malpassadas. O mesmo vale para o ovo comum. Normalmente, a toxoplasmose não tem sintomas e as pessoas nem sabem que tiveram essa doença. Mas ela é grave durante a gestação.
As verduras e os legumes são muito bem-vindos no cardápio. Porém, quando crus, também podem transmitir várias doenças. Caso esses ingredientes venham a ser servidos crus, como salada, por exemplo, é obrigatório que tenham sido muito bem lavados antes de colocados à mesa.
Há mais adaptações no cardápio.
A quantidade de sal, talvez, precise ser reduzida com o objetivo de evitar que a pressão arterial se eleve. Isso pode levar à pré-eclâmpsia, uma doença hipertensiva muito comum na gravidez. Ela pode surgir após 20 semanas de gestação e até levar a consequências graves para saúde da mãe e do bebê. O médico sabe muito bem lidar com esse problema.
Essas são as recomendações mais sérias em relação à alimentação. Existem outras mais fáceis de seguir e que fazem muito bem à saúde do nenê.
A quem tem o hábito de tomar muito café, é recomendável reduzir o consumo dele para até quatro xícaras de 50 ml por dia. Já a bebida alcoólica, deve certamente ser eliminada do cardápio durante a gestação porque, como tudo o que é ingerido pela mãe, também chega ao organismo do bebê. Além disso, a ciência já comprovou a existência da síndrome alcoólica fetal, com sérios riscos à saúde do feto, mesmo com a mãe consumindo pouca bebida alcóolica.
Não existe controvérsia em relação ao álcool e também há unanimidade no que diz respeito à eliminação do fumo durante a gravidez. Ele pode causar, entre outros prejuízos para o feto, a restrição do crescimento dele e isso talvez resulte no nascimento de bebês com baixo peso, bem como nas suas consequências.
Tomados os devidos cuidados, é preciso apenas prestar atenção na balança. O fato de poder engordar não significa que há carta branca para perder o controle do peso. Numa gravidez saudável, é normal a mulher ganhar entre 10 e 14 quilos. Acima disso, aumenta o risco de surgirem outros problemas.
Para ajudar nesse controle, a futura gestante não apenas pode, mas também deve fazer exercícios físicos. O ideal é adotar uma rotina de baixo impacto, que proporcione alongamento, condicionamento cardiorrespiratório, melhora da circulação e fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico.
É importante destacar que a prática de exercícios deve ser acompanhada por quem é qualificado para a função, por exemplo, o fisioterapeuta e o profissional de educação física.
Quanto mais a mãe cuidar do próprio corpo, melhor será a gestação e, com certeza, a saúde do bebê quando ele nascer.
A gestante portadora de diabetes vai receber toda a orientação necessária no que diz respeito à sua condição de saúde. Isso inclui informações sobre:
Segundo a ginecologista e obstetra doutora Mônica de Lima Guedelha Bonaparte, é importante diferenciar a mulher que já tem o diagnóstico de diabetes antes de engravidar, da futura mamãe com quadro de diabetes gestacional. “Essas situações são diferentes e precisam de acompanhamento distinto”, declara a Mônica.
Quem já é portadora de diabetes pode ter excesso de peso e é capaz de isso se refletir no bebê, resultando até em parto prematuro. Outras complicações naturais dessa condição, como pré-eclâmpsia, hipoglicemia fetal e sofrimento intraútero, acabam levando à cirurgia cesariana, porque o agravamento da situação não permite esperar até o trabalho de parto normal.
Às vezes, até o diabetes gestacional leva à tal quadro. A cesariana também pode ocorrer por causa da macrossomia, ou seja, bebês muito grandes, que impossibilitam a realização do parto normal. Outro risco é o de desenvolver adultos obesos e diabéticos. Essas condições adversas à gestação, fazem com que seja indispensável uma investigação profunda da saúde da mulher.
Mesmo assim, toda a gestação é monitorada pelo médico. “Com um bom pré-natal, é possível fazer com que tudo termine bem, deixando a mãe e o filho saudáveis física e emocionalmente”, encerra Mônica.