
A fase da adolescência sempre foi bastante marcante, no entanto, atualmente ela oferece mais perigos que antigamente.
Devido não apenas à criação das redes sociais, mas também à forma como elas se desenvolveram, os jovens de hoje estão vulneráveis.
Eles precisam aprender a lidar com as próprias emoções, mas muitas vezes o ambiente virtual é tóxico e torna essa tarefa ainda mais difícil.
Veja quais são os riscos que essas plataformas oferecem e fique cada vez mais próximo dos seus filhos.
A adolescência sempre foi uma fase repleta de desafios porque a transição da juventude para a vida adulta nunca foi simples. Infelizmente, esse período tem se tornado ainda mais difícil nos últimos anos. Isso porque o rumo que as redes sociais tomaram significa não apenas um ponto de atenção à sociedade, mas também um perigo. Veja como essa tecnologia afeta a saúde mental e emocional de quem passa várias horas conectado nesse ambiente virtual.
Uma pesquisa revelou que quase metade das pessoas com idade entre 15 e 29 anos sofre de ansiedade devido ao excesso de tempo passado online. Além disso, usuários que ficam nessas plataformas por mais de 3 horas por dia aumentam em 30% o risco de desenvolverem depressão. Entre as principais causas que levam a tais diagnósticos estão as seguintes:
As redes sociais se transformaram numa plataforma que promove padrões de beleza, estilos de vida e comportamentos normalmente mantidos apenas virtualmente. Lá, todo mundo parece perfeito. Quando adolescentes veem tal imagem, acreditam que ela é verdadeira e aí está o risco, pois ainda estão construindo a personalidade. Jovens são os que mais comparam a própria vida (que é normal) com a de quem só se mostra impecavelmente na frente da câmera.
É mais ou menos como ver artistas e esportistas na televisão e achar que todos eles são e se comportam da mesma maneira no cotidiano. Isso é ilusão. Nas redes sociais, como se trata da exposição de pessoas anônimas, ou seja, semelhantes à população, acredita-se no contexto. No entanto, esse também é planejado e produzido com detalhes.
Se muitos adultos acreditam no canto da sereia, imagine o quanto os jovens estão vulneráveis às mensagens.
Atualmente, cada pessoa possui uma câmera para se mostrar da forma mais vantajosa possível. Ninguém expõe a realidade. Apenas o jornalista Nelson Rodrigues mostrava a vida como ele é. Claro que não se espera que alguém faça isso, porém, você viu que apresentar versões conto de fadas tem sido desastroso. E existe um perigo ainda maior por trás nas redes sociais.
Antes do fim da primeira década dos anos 2000, os pais se sentiam mais tranquilos quando os filhos ficavam em casa com os amigos. Até então, o maior perigo estava nas ruas. Essa situação começou a mudar à medida que as redes sociais cresceram e passaram a exercer grande influência no mundo inteiro. Hoje, alguns adolescentes até preferem não sair de casa, entretanto, isso não é necessariamente uma boa notícia.
Eles ficam no quarto, mas nunca sozinhos. Na verdade, estão conversando com muitas pessoas, e algumas delas você nem imagina quem sejam. Às vezes, nem seus filhos as conhecem, pois esses relacionamentos começam apenas online. O “mau elemento” não está mais só na escola ou na balada, mas também está dentro do quarto da garotada.
Se os adolescentes não têm com quem conversar sobre as próprias dúvidas ou angústias, certamente é com um “amigo virtual” que vão falar. Veja os principais códigos utilizados nas redes sociais. Esses não foram inventados para a série Adolescência, da Netflix, pois já existiam antes dela e inspiraram essa produção. Trata-se de emojis criados com o objetivo de fugir da supervisão de pais e professores.
Aliás, é sobre os pais na vida dos jovens que vamos falar a seguir.
Quem tem filhos adultos se lembra do quanto eles mudaram na adolescência, e que após hormônios deles entrarem em equilíbrio tudo voltou ao normal. Tal dinâmica existe há séculos, agravada pelo famoso conflito de gerações. Até aqui tudo bem. No entanto, essa questão chegou ao século 21 turbinada pelas redes sociais e por causa delas alcançou uma dimensão alarmante.
Vários pais afirmam não reconhecerem mais os filhos e essa confissão deixou de ser só uma forma de demonstrar estranheza em relação ao comportamento deles. A série Adolescência escancara essa realidade por meio da história de um menino de 13 anos acusado de matar sua colega. O que mais chamou a atenção nessa obra de ficção? Os personagens dela não são heróis nem vilões, mas pessoas comuns, como eu ou você.
Por causa da internet, passar pela adolescência hoje é muito mais complexo do que até há 30 anos. Além disso, os pais orientavam como circular nos mais diversos ambientes e a regras de cada local, seja a rua, escola ou balada. Agora, além de precisar enfrentar o dilema de conflito de gerações, muitos deles desconhecem quase completamente o mundo virtual, ou seja, a garotada está em um ambiente que os pais nunca frequentaram e muito menos sabem como funciona.
É óbvio que as redes sociais também geraram efeito positivo. O problema está na falta de regulação e nos mecanismos utilizados para manter as pessoas conectadas pelo maior tempo possível, levando-as ao vício. Para lidar com esse problema, já existe na Classificação Internacional de Doenças a CDI-11 para transtorno de dependência digital ou jogo, com o código 6C51.
Se adultos não se controlam diante do desejo compulsivo de permanecer nas redes sociais, que força têm os adolescentes para enfrentar esse problema?
Nas nossas redes sociais há conteúdo educativo e que visa preservar a saúde. Entre lá e conte como você lida com essa questão e ainda protege seus filhos.